“Quando você bate no seu irmão, eu fico muito triste com você”

Eu entendo toda a sua frustração ao ver seus filhos brigando, mas os seus sentimentos ainda são abstratos pra criança. Ela não subentende nada, ela não vê a situação de forma analítica. Mas quando você cria essa expectativa de ter que ser “feliz” o tempo todo, a criança entende que tem que fazer as coisas pra te agradar, e o ponto aqui não é esse, não é mesmo?

Se a criança bate em outra pessoa, quem fica triste é a outra pessoa, não você. Você só fica triste quando a ação envolve você diretamente, ou seja, se a criança bater em você ou não respeitar a sua decisão.

“Mas Camila, se eu falo pro meu filho não bater no irmão e ele bate, ele não esta respeitando a minha decisão”, ok, mas a criança só vai associar isso depois dos 4 anos, quando ela entende com clareza ação e consequências e já tem um entendimento maior sobre ter empatia, conseguindo analisar o seu pedido com a dor do irmão, entende?

Tem que ir por etapas, porque eles não entendem tudo de uma vez só. Quando vocês combinam que a criança não vai sair correndo no estacionamento e ela sai, você fica triste. Ela bateu no seu rosto, você fica triste. Mas se ela jogou o brinquedo na cabeça do irmão, quem fica triste é o irmão. A partir dos 2 anos, comece a ensinar empatia, colocando a criança no lugar do outro, perguntando como ela se sentiria se fosse com ela (se lembra? é por etapas).

Lembrando que o pedido de desculpas, com entendimento da ação e do significado, só será entendido por volta dos 3,5anos ou mais. Até lá, mostre ao agressor como o agredido esta triste, e que ele merece um abraço pra se sentir melhor.

Aos poucos vá explicando sobre o porquê de se desculpar (não esquecendo de pedir desculpas quando você errar também, eles copiam tudo, se lembra?) na hora certa, eles vão entender cada parte do processo e tudo vai fazer sentido, apenas seja paciente e tenha consistência.

* Texto de Camila Menon, especialista em Primeira Infância (@educarepreciso)

Disciplina Positiva

Através da Disciplina Positiva aprendemos a centrar-nos em potenciar habilidades em nossos filhos para que possam ser capazes de solucionar problemas por eles mesmos. Também reconhecemos que castigos físicos e psicológicos não são recursos que favoreçam a criar crianças com autonomia, responsáveis e independentes. Saiba mais:

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