E de repente uma birra. Você no centro da cidade, com pressa porque ainda tem pendentes algumas coisas, e seu filho lhe pede um doce. Não é o momento. E ele decide fazer aquela cena. Primeiro chora, se estanca em um lugar, cruza os braços, berra, grita, chora mais e, quem sabe, até se deita no chão e começa a espernear. Como é difícil saber como lidar com as birras das crianças.

Não há dúvidas… você morre de vergonha. E não porque tenha vergonha de seu filho, porque pode até compreendê-lo, mas sim porque sabe que há mil e um olhos-holofotes olhando pra você e julgando-a como má mãe, que não sabe educar seu filho. Se se aproxima de seu filho sabe que pode intensificar a birra. E, se o deixa chorar, intensifica os holofotes, todos julgando-a como uma péssima mãe. O que fazer?

Primeiramente devemos estar bem tranquilos, pois ter birras faz parte de etapas do desenvolvimento da criança. Ela não entende ainda muitas das coisas que vivemos nós os adultos. Cabe a nós pais ajudá-la para que possa saber como administrar corretamente seus desejos repentinos, entendendo que nem tudo é possível no momento que se quer. Para isso, é importante manter o autocontrole emocional. Apenas assim, será possível lidar com as birras desde o respeito.

Antes de ver alguns conselhos de como lidar com as birras, recomendamos que leia os posts abaixo, pois podem ajudá-lo a compreender melhor essa etapa vivenciada pela criança.

Como lidar com as birras das crianças – alguns conselhos

Alguns conselhos podem ser úteis na hora de lidar com a birra das crianças desde o respeito.

  1. Nunca perda o controle. Lembre-se de que a criança não está dando um “chilique” porque quer. Também não está em uma briga acirrada para testar seu limite de paciência. Apenas está expressando, à sua maneira, seus sentimentos. Manter o controle emocional é fundamental para lidar com as birras.
  2. Agache-se a seu nível e olhe a criança nos olhos. Quando você faz isso, demonstra à criança que o respeita. Quando estiver fazendo birra, respeite seu momento. Em um instante de pausa para a respiração, agache-se e fale com calma e respeito.
  3. Use palavras simples. Especialmente, aquelas que busquem identificar a emoção. Ajude-o a aceitá-la e expressá-la de forma apropriada.
  4. Demonstre empatia. Colocar-se no lugar do outro é importante. Se a criança sente que você se coloca em seu lugar e tenta compreendê-la, se sentirá mais calma.
  5. Não tente conversar com a criança antes de que tenha se acalmado. Durante o momento mais intenso da birra, se produz o chamado sequestro emocional, ou seja, o cérebro perde, em grande parte, a capacidade de raciocinar.
  6. Tente contê-la com um abraço. Nunca duvide de que um abraço sempre ajuda a acalmar. A criança se sente reconfortada.
  7. Quando o momento tiver passado, fale com ele tranquilamente.

Claro que, como sempre dizemos, cada criança é um mundo e segue ritmos distintos. Logo, é importante conhecer bem seu filho para saber que recursos podem ser melhores que outros.

Disciplina Positiva

Através da Disciplina Positiva aprendemos a centrar-nos em potenciar habilidades em nossos filhos para que possam ser capazes de solucionar problemas por eles mesmos. Também reconhecemos que castigos físicos e psicológicos não são recursos que favoreçam a criar crianças com autonomia, responsáveis e independentes. Saiba mais:

Inteligência Emocional

Na seção Inteligência Emocional aprendemos como ajudar nossos filhos a reconhecer e identificar as emoções corretamente. A partir do autocontrole emocional, a criança está preparada para vivenciar situações várias de uma maneira equilibrada. Descubra mais:

7 Comentários

  1. Oi Karina, tudo bem???
    Tenho um menino de dois anos e cinco meses, e ele começou com essas crises a umas duas semanas.
    Não consigo perceber em que situação me encontro, uma vez que meu marido e eu disponibilizamos tempo de qualidade pra ele.
    Eu estou com ele o tempo todo e o horário do meu marido é bem flexível, tambem fica bastante tempo com ele.
    Estou perdendo a cabeça.
    Não adianta abaixar pra falar com ele pq ele fica aos berros e se joga uma coisa horrorosa.

    • Karina Responder

      berros e se jogar é com a Laura também! É punk mesmo. Não é nada fácil. Mas pensa que são momentos. Nós passamos um momento bem duro com Laura, foi um mês heavy metal. Mas passa. Por isso, ainda que você perca a cabeça, tente não descontar na criança. Muitas vezes ela também precisa extravasar o que está sentindo. Se tem necessidade de chorar, permita-lhe chorar. Apenas diga que está ao lado para o que quiser. Ainda que nos doa vê-los chorando, esperneando, se jogando, faz parte do processo para que ele se autoconheça. Quando note que vai ficando mais tranquilo, comece a fala-lo, cante a canção de vocês em seu ouvido, e sempre converse com ele sobre o que aconteceu, mostrando-lhe que há outras saídas: “Entendo que você fique com raiva porque gostaria de comer um biscoito agora, mas já é hora do jantar. Assim que terminarmos de jantar, você pode comer o biscoito.” E complete: “Quando estamos com raiva, ficamos nervosos, tensos, da vontade de gritar, chorar, mas o melhor é você conversar. Quando você fala com a mamãe ou com o papai, podemos ajuda-lo melhor”. Sabe quantas vezes já venho repetindo isso à Laura? Todas e sei que ainda repetirei muito, mas sim que vemos que suas crises vão a menos. Recomendo a você os livros “O Monstro das Cores” e o “Quando sinto raiva”, são ótimos para que a criança entenda o que está acontecendo.

  2. Já tentei todas as dicas e teorias da DP e nenhuma delas funciona com meu filho nos episódios de birra. Ele recusa qualquer tipo de contato físico, abraço nem pensar. Não se acalma e não para de berrar e repetir incessantemente a coisa que ele quer. Não existe diálogo, porque ele não escuta. Não tem nada que sirva de consolo ou que acalme. Estou exausta e não sei mais o que fazer.

  3. tenho má de 4 mas ela.chora sempre não quer ir pra escola vai mas chora pergunto o motivo ela diz saudade da mamãe o que faço

    • Karina Responder

      Cada criança tem um ritmo distinto. Embora as birras sejam mais intensas entre os 2 e 3 anos, até os 6 a criança vivencia muitos episódios de birra. Se a sua filha chora para ir à escola e lhe explica que é saudades, fique contente, pois ela tem com você o apego seguro. Ela sabe que ao lado de sua mãe é mais feliz. Certamente, ainda não terá tão aflorada a necessidade de estar com outras crianças e adultos por tanto tempo. Tudo chega. Busque ajuda-la com diálogo, lendo livrinhos infantis, contando-lhe a rotina previamente…

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