Uma das queixas que sempre escutei da maioria das minhas amigas mães é de que se sentiam sozinhas na primeira fase da maternidade, pois seus companheiros não as ajudavam como gostariam. Em geral, em nossa cultura, os cuidados da criança ficaram delegados à mãe, e os pais, seja por machismo, por preguiça, por não saber o que fazer, esperavam que a criança começasse a andar para curtir mais o filho, já que assim poderia leva-lo a passear.

Em nossa casa decidimos que viveríamos a paternidade ativa e seríamos corresponsáveis pela criação da Laura, em todos os sentidos. A presença ativa de meu marido inclui desde o tempo da gestação, acompanhando-me às consultas ginecológicas, até o tempo de busca juntos por informação e tomada de decisões sobre o tipo de criação que queríamos para nossa menina. Quando nasceu, ambos fizemos o pele a pele para estabelecer o primeiro vínculo com nossa filha. Isso mesmo, primeiro eu a tive em meu corpo, pele a pele, durante as primeiras três horas de seu nascimento. E, depois, meu marido também praticou com ela.

Sempre dividimos as tarefas da bebê: banho, trocar fraldas, ninar… E nos divertimos juntos, brincando os três juntos. Consideramos que é super importante a presença ativa da mãe e do pai no desenvolvimento da nossa filha e que isso pode marcar a diferença. Acreditamos que se somos pais comprometidos, presentes e afetuosos poderemos influir positivamente no desenvolvimento e bem-estar de Laura, pois poderíamos formar uma relação de confiança e de amor em nossa família e permiti-la ser feliz.

Além disso, também cremos que quando a criança conta com a presença ativa e afetiva de seu pai e de sua mãe consegue:

  • Enfrentar melhor as adversidades da vida.
  • Ter melhor autoestima e maiores habilidades sociais.
  • Ser uma pessoa mais saudável.
  • Respeitar os bons exemplos: ela também terá um vínculo mais próximo e amoroso quando crescerem.
  • Conseguir um melhor desempenho escolar.
  • Ter maior bem estar psicológico.
  • Ter maiores possibilidades de ser um pai ou uma mãe comprometidos no futuro.

O que me cansa de nossa sociedade, é que sejamos nós mulheres a acreditar que homens que trocam a fralda são super pais e melhores que os demais. Na realidade, a meu ver, contribuímos para a perpetuação de uma cultura machista quando não somos nós a dialogar em casa e solicitar ajuda do companheiro. Em nossa casa, conversamos muito. Pude expor para meu marido o quão para mim era importante sua ajuda. Busquei inclui-lo desde o primeiro momento da gravidez, para que, embora fosse eu que carregasse Laura em meu ventre, ele pudesse se sentir partícipe de tudo.

Então, acho que também devemos mudar o discurso de: “sabe como é homem, não ajuda nada” ou, ainda, “mãe é mãe”. Prefiro a frase de um professor que lutava pelo direito de igualdade entre homens e mulheres e sempre dizia em classe: “acaso a mulher fez o filho com o dedo?”. Precisamos, como mulheres, ser agentes para transformar nossa cultura e mostrar que os homens devem ser responsáveis na tarefa de criar filhos e não apenas ajudantes. É preciso que incentivemos os pais a praticarem uma paternidade ativa.

Criação com Apego

Criação com Apego se baseia na ideia do fortalecimento do vínculo emocional entre os pais e o bebê, a fim de que seja mais seguro e confie mais em si mesmo na fase adulta. Em nossa web, você encontra uma série de discussões interessantes que podem nos ajudar a pensar melhor nosso papel de pais no processo de criação e de desenvolvimento de nossos filhos.

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