Rosa é de meninas. Azul é de meninos. Brincar de boneca é coisa de meninas. Carrinho é brinquedo de meninos. Já está na hora de deixar atrás os estereótipos de gênero.

Se deixarmos nossos filhos brincarem livremente, com o que desejarem, sem inculcar-lhes a que gênero pertence os brinquedos A ou B, o único que conseguiremos é que se tornem bons pais no futuro.

Para estimular minha filha a engatinhar lhe comprei um carrinho de madeira. Aos que viram lhes pareceu estranho. Um carrinho para uma bebê? Isso mesmo. Havia lido o benefício de que os bebês brinquem com carrinhos para estimular que comece a engatinhar. O argumento, que me convenceu, é que, ao ser um brinquedo que desliza pelo chão, já que tem rodas, faz com que o bebê tenha que ir detrás dele. Em outras palavras, cada vez que o bebê tenta pegar o carrinho, quando esse se escapa, seu impulso é de se arrastar para conseguir obtê-lo de volta. Então, por que não?

No início minha filha não entendia a função do carrinho. Deixamos que ela descobrisse sua causa e efeito por si mesma. Com o passar das semanas, e já se arrastando pelo chão, se deu conta sozinha de que o carrinho deslizava pelo chão e que podia movê-lo para frente e para trás. E, cada vez que o objeto escapa de sua mão, ela vai atrás para tê-lo de novo.

Esse é um exemplo básico. No entanto, durante toda a infância, inculcamos que brincar de casinha, cozinha, passar roupa, carrinho de boneca são coisas de meninas. Os meninos que se ocupem de brincar de bombeiro, jogar futebol, brincar de luta, de carrinho.

Em um mundo em que lutamos por igualdade de gêneros, devemos ser nós pais responsáveis por romper essa barreira. Afinal de contas, a maioria dos maiores cozinheiros do mundo são homens, e muitas mulheres já ocupam campos antes completamente masculinos, como bombeiros, militares, jogadores de futebol, etc. Estaria bem que nossos filhos brincassem juntos do que quisessem.

Deveria ser natural que um menino empurrasse um carrinho de boneca, pois o estamos preparando para ser um pai carinhoso. Também que um menino possa brincar de cozinha ou de casinha, estaríamos preparando-o para ser um companheiro colaborador nas tarefas do lar. Estaria bem que as meninas pudessem brincar de luta, pois aprenderiam estratégias de defesa. Seria muito bom que meninas brincassem de carrinho, já que hoje grande parte dos condutores são mulheres.

Benefícios de brincar de bonecas para a criança

Mas, para além do argumento da igualdade de gênero, o mais interessante é que, ao deixar nossos filhos brincar de boneca, podemos oferecer-lhe uma série de oportunidades:

  • Uma criança de 2-3 anos, ao brincar de boneca, desenvolve sua capacidade cognitiva, posto que pode realizar uma série de ações simuladas com a boneca: alimentar, trocar fralda, dar banho, colocar para dormir.
  • Ao trocar a roupa da boneca, desenvolve a autonomia, posto que aprende a trocar sua própria roupa.
  • Uso sincronizado do sentido do tato, o ter que usar as mãos para realizar diferentes tarefas ao mesmo tempo: ninar e dar a mamadeira.
  • Aprende a manejar adequadamente os diferentes utensílios de alimentação ao alimentar a boneca.
  • Aprende as sequências básicas de higiene: tomar banho, lavar as mãos, escovar os dentes e o cabelo.

Mas, sobretudo,  prepara para viver em plenitude qualquer vivência que deseje, dentre elas a de ser pais e mães.

Recomendo que você leia também o texto: Ele não brinca de boneca, brinca de ser pai.

* Visto em Mama OT

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