Em algum momento, antes ou depois, teremos algum tipo de problema na relação pais e filhos. Os fatores são muitos e, ainda que apliquemos a Criação com apego e a Disciplina Positiva em sua educação, haverá um momento em que algo fugirá do normal. A tendência, em muitos casos, é recorrer a recursos que nos ensinaram nossos pais em nossa educação: gritos, palmadas ou castigos. Então nos perguntamos se é possível “disciplinar” sem chegar a esses extremos.

O ideal é não ter que chegar a situações que levem os pais a esses tipos de maus-tratos. Como? Há um passo prévio na relação entre pais e filhos: a CONEXÃO.

Mau-comportamento não significa rebeldia

Muitas vezes, um mau comportamento da criança deixa em evidência uma emoção que não sabe expressar. Em outras, seu objetivo é sentir-se querido e sentir que pertence à família e o que diz tem importância. Logo, um mau comportamento não tem porque ser um sinal de rebeldia ou afrontamento. A criança não está nos testando a todo o tempo.

De fato, ela é uma grande observadora da realidade, mas tem dificuldades de interpretá-la corretamente. Está em constante aprendizado de como se relacionar com as pessoas e seu entorno. Consegue perceber que seus pais se chateiam, mas quando vivencia ela mesma essa emoção, não sabe como lidar para que isso passe. A birra é uma das formas de expressar e desafogar suas frustrações.

Tenhamos em conta que, um mau comportamento é apenas a ponta do iceberg. Se queremos mudar esse comportamento de maneira real, devemos compreender o por quê para poder atuar. Ou seja, quando nossos filhos se comportam mal, devemos ser capazes de decifrar o código dessa conduta, saber o que há por detrás, que sentimentos devem ser validados para que consigamos a sua colaboração.

Portanto, antes mesmo de recursos de correção que intimidam, devemos buscar validar as emoções de nossos filhos, buscando a conexão e, juntos, focar-nos nas soluções dos problemas.

Conexão antes que correção

Conectar com nossos filhos cria neles sensação de segurança, confiança, abertura e proximidade. Gritos, palmadas e castigos nos distanciam. Veja 7 pautas para que você se conecte com seu filho antes da correção.

1. Coloque-se no lugar de seu filho e empatize-se com ele. Antes de ser um adulto, você foi uma criança. Logo, seja para seu filho o adulto que você precisou em sua infância.

2. Escute-o e seja curioso. Tenha um tempo para se sentar com os filhos e falar sobre o dia. Interesse-se por suas coisas. Quando falem, escute sem fazer julgamentos. Pratique a escuta ativa e desenvolva uma comunicação positiva com seus filhos.

3. Compartilhe seus pensamentos e emoções. Deixe de se preocupar com que os outros pensem e faça o que seja melhor para seu filho. Lembre-se de que seus filhos o escutarão quando sintam que são escutados. Mas, não se esqueça de ser coerente com o que diz. Tenha em conta de que somos seu maior exemplo. Embora nos escutem, imitarão nossas ações.

4. Valide suas emoções. Todos nos sentimos conectados quando nos sentimos compreendidos. Assegure-se de fazer chegar a ele sua mensagem de amor.

5. Envolva-se respeitosamente. Faça-lhes saber que apreciamos suas ações. Isso nos aproxima uns dos outros. Eles se sentirão bem e aprenderão a distinguir as boas ações. Seja agradecido: “Gosto que tenha deixado que sua irmã jogar com seu brinquedo. Sei que é especial para você. Ela se divertiu muito. Obrigado por compartilhar.” Os abraços são sempre um modo de mostrarmos o quão são queridos e amados.

6. Cumpra o que prometer. É muito importante fazer o que falamos. Seja coerente com o que diz. Se sabe que não vai poder realizar o que promete, então melhor não diga nada. Não entre no círculo vicioso das falsas promessas para obter o que deseja das crianças.

Correção para Disciplina Positiva

Tenha em conta que, para a Disciplina Positiva, a “correção” tem um significado distinto ao que entendemos. Convencionalmente, a correção implica castigos, palmadas ou gritos. É como se o adulto devesse se impor sobre a criança à força. A correção, em Disciplina Positiva, envolve, respeitosamente, as crianças, sempre que possível, na busca de soluções para os problemas. 

1 Comentário

  1. Francisco Rodrigues de Oliveira Responder

    Textos que ensinam de fato, os pais a cuidarem dos filhos amando-os.

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