Há algum tempo fizemos uma publicação que repercutiu muito no universo da (m)paternidade. Abordava o cantinho da calma como uma alternativa mais interessante ao cantinho da disciplina. Ainda assim, é fato que nem toda ferramenta funciona com todas as crianças. E mesmo com as que funciona, pode ocorrer de, em algum momento, a criança não aceitar o que propomos. Por exemplo, o que fazer quando nosso filho não quer ir ao cantinho da calma não resolve? Seu filho se recusa a aceitar o convite e não aceita ajuda. O que fazer?

Compartilho aqui o texto de Maíra, do perfil @cantomaternar. Ela responde, de maneira clara, como podemos atuar quando encontramos dificuldade de colocar em prática o cantinho da calma.

O que fazer quando a criança não quer ir ao cantinho da calma e não aceita ajuda?

Eu poderia responder essa pergunta fazendo outra: O que você faz e como você se sente quando está com muita, muita raiva mesmo, daqueles super momentos furiosos e vem alguém e diz….”ei, fulana, calma!”. Dá mais raiva ainda, não é mesmo?

O cantinho da calma não é um espaço pra você irromper momentos difíceis da sua criança e dizer… “te acalma aí”. Nem deve ser usado como castigo e nem como consequência da criança se sentir dessa ou daquela maneira. O cantinho da calma é um espaço de TREINO E APRENDIZAGEM.

Ele deve ser usado especialmente quando a criança está feliz e em conexão com os pais. Os livros desse espaço devem conter temáticas de educação emocional, histórias terapêuticas, fotos da família, desenhos e cartinhas, velas perfumadas, flores, sinos, corações. Tudo o que remeta a um lugar seguro dentro e fora da criança.

Esse espaço pode ser usado para o jogo do silêncio, para um tempo de concentração e de descanso da mente. Só depois que o cantinho da calma virar, de verdade, um lugar de calma, ele vai poder ser usado nos momentos mais difíceis. Você pode começar dando o exemplo… “hoje meu dia não foi legal. Vou ficar um tempo no nosso cantinho da calma”. Você vai perceber que depois de muito convidar e ir junto com a sua criança para este espaço, quando ela estiver precisando de um tempo a iniciativa será dela. E quando você e sua criança, por algum motivo, se desentenderem você pode convidar… “Parece que não estamos bem. Vamos juntos nos abraçar e ficar um pouco no cantinho da calma?”

Não esqueça que este espaço é de treino e aprendizagem e nem sempre a criança vai estar afim na hora do convite (assim como acontece com a gente). E está tudo bem! Às vezes, tudo o que precisamos é de um tempo para esfriar a cabeça. E depois que passa aquela nuvenzinha triste e chuvosa, podemos olhar para as pessoas ao redor e decidir… “posso conversar agora. Posso respirar melhor… Já passou!”

Respeitar esse tempo é fundamental. Afinal, as crianças estão apenas começando a aprender sobre as emoções. Podemos encorajá-las a isso mas jamais podemos exigir aquilo que nem os adultos conseguem cumprir a todo momento.
É um processo!

Disciplina Positiva

Através da Disciplina Positiva aprendemos a centrar-nos em potenciar habilidades em nossos filhos para que possam ser capazes de solucionar problemas por eles mesmos. Também reconhecemos que castigos físicos e psicológicos não são recursos que favoreçam a criar crianças com autonomia, responsáveis e independentes. Saiba mais:

1 Comentário

Deixe Uma Resposta