Não há pior coisa para qualquer pessoa que lhe diga que aquela emoção que está sentindo não é válida, ou ainda pior, que é mentira. Se seu filho expressa seu medo por uma aranha, por exemplo, dizer coisas como: ‘Não passa nada, você não tem medo de aranhas’ é gerar insegurança. É evidente que sim dão medo nele, do contrário não o teria dito, nem o teria expressado. Em vez de negar, validemos a emoção com uma frase empática que lhe confirme que não está louco ou sozinho em seu sentir. A empatia não só acalma como também gera conexão: ‘Eu sei que você tem medo de aranha. Eu também tinha medo quando era criança, mas depois aprendi que se não mexo com elas, não me farão mal’. Uma frase desse estilo tem mais probabilidades de ajudar a criança que insistir em que se esqueça ou dizer que não está sentindo o que sim está sentindo.

Entre os 18 e 36 meses é muito comum que as crianças sintam medo pelas pessoas, por lugares ou coisas que eles considerem como ‘perigosas’ alguns exemplos de estímulos que provocam medo são:

  • Pessoas que se vejam diferentes ou que estejam vestidas de maneiras pouco comuns. Por exemplo: palhaços, policiais, médicos, e o mesmo Papai Noel.
  • Barulhos muito fortes, tanto em casa como em lugares públicos. Por exemplo, liquidificador, aspirador de pó…
  • Criaturas imaginárias ou monstros.
  • Coisas ou animais que antes gostava. Por exemplo, animais de estimação, gangorra, escorregador, piscinas…

Essa faceta do medo se irá por si só, sem que nos demos muita importância e sem nos reajamos negativamente a ela. O medo é uma emoção normal que todos já sentimos e nos corresponde dar a ele o lugar que merece em vez de negar o que se está sentindo.

* Texto de Sandra Ramirez, autora do livro “Crianza con Apego: De la teoria a la práctica”.

* Foto: Edukame

Deixe Uma Resposta