Por aqui um delicioso momento de leitura das poesias de Sérgio Capparelli para ler com as crianças. Capparelli é  é um escritor de literatura infanto-juvenil, jornalista e professor universitário brasileiro. Embora sempre tenha se dedicado ao trabalho de jornalista, tem escrito para o público infantojuvenil desde 1979, quando publicou o livro “Os Meninos da Rua da Praia”. Dentre suas obras conhecidas estão Boi da cara pretaVovô fugiu de casa33 ciberpoemas e uma fábula virtualAs meninas da Praça da Alfândega e O velho que trazia a noite.

Antes de começar a ler os 15 poemas selecionados de Sérgio Capparelli, recomendamos que visite também:

Poesias de Sérgio Capparelli para crianças

Guaraná com canudinho

Uma vaca entrou num bar
e pediu um guaraná.
O garçom, um gafanhoto,
tinha cara de biscoito.
Olhou de trás do balcão,
pensando na confusão.
Fala a vaca, decidida,
pronta pra comprar briga:
– E que esteja geladinho
pra eu beber de canudinho!
Na gravata borboleta,
gafanhoto fez careta.
Responde: vaca sem grana
se quiser vai comer grama.
– Ah, é?, muge a vaca matreira,
quem dá leite a vida inteira?
– Dou leite, queijo, coalhada,
reclamo, ninguém me paga.
Da gravata, a borboleta
sai voando, satisfeita.
Gafanhoto leva um susto,
acreditando, muito a custo.
E serve, bem rapidinho,
guaraná com canudinho.

Vaca amarela

Vaca amarela
fez cocô na panela,
cabrito mexeu, mexeu,
quem falar primeiro
comeu o cocô dela.
Vaca amarela,
sutiã de flanela,
cabrito coseu, coseu
quem se mexer primeiro
pôs o sutiã dela.
Vaca amarela
fez xixi na gamela,
cabrito mexeu, mexeu,
quem rir primeiro
bebeu o xixi dela.
Vaca amarela
cuspiu da janela,
cabrito mexeu, mexeu,
quem piscar primeiro
lambeu o cuspe dela.

Esquisitices

Em Jataí

é proibido fazer xixi.

Em Catiporâ
é proibido casar com rã.

Em Jaboticabal
é proibido comida com sal.

Em Salvador
é proibido sentir dor.

Em São Expedito
é probido comer mosquito.

Em Guarabobô
é proibido fazer cocô.

Em Guaxupé
é proibido cheirar chulé.

Em Aquidauir
é proibido proibir.

Canção para ninar dromedário

Drome, drome
Dromedário

As areias
Do deserto
Sentem sono,
Estou certo.

Drome, drome
Dormedário

Fecha os olhos
O beduíno,
Fecha os olhos,
Está dormindo.

Drome, drome
Dromedário

O frio da noite
Foi-se embora,
Fecha os olhos
Dorme agora.

Drome, drome
Dromedário

Dorme, dorme,
A palmeira,
Dorme, dorme,
A noite inteira.

Drome, drome
Dromedário

Foi-se embora
O cansaço
E você dorme
No meu braço.

Drome, drome
Dromedário

Drome, drome
Dromedário

Drome, drome
Dromedário.

O que é mãe?

Mãe? O que é mãe?
Pessoa doce?
Tão doce
Que faz passar vergonha
Doce de batata-doce?

Mãe? O que é mãe?
Tão doce
Que se parte
Quando parte,
Melhor seria
Se não fosse.

Mãe? O que é mãe?
Luz muito clara,
Tão clara
Que nos aclara
E, afagando,
nos ampara?

Mãe? O que é mãe?
Tão doce? Tão severa
Se a gente erra!
E que empurra
Se tudo emperra.
Mãe severa?
Mãe doce?
Ou mãe fera?

Nesse teu dia
Te dou jasmim,
Te dou gladíolos,
Te dou beijim,
Assim assado,
Assim, assim.

Primavera

Pára a chuva
A terra acorda
E arruma a casa.
Acende rosas,
Abre dálias
E pinta hibiscos.
Atráss do morro
O céu desponta,
É madrugada.

O pessegueiro

Meus galho
Sobem até o vidro da tua janela
E pedem para entrar.
E ali ficam:
O vento empurra as estações
E pinta de branco meus cabelos.
De vez em quando,
Vejo caírem lentamente
As flores do pessegueiro.

Minha cama

Um hipopótamo na banheira
molha sempre a casa inteira.

A água cai e se espalha
molha o chão e a toalha.

E o hipopótamo: nem ligo
estou lavando o umbigo.

E lava e nunca sossega,
esfrega, esfrega e esfrega

a orelha, o peito, o nariz
as costas das mãos, e diz:

Agora vou dormir na lama
pois é lá a minha cama!

Era uma vez

Era uma vez
um gato cotó:
fez cocô procê só.

E o gato zarolho
veio depois:
fez cocô procês dois.

Tinha também
um gato zadrez:
fez cocô procês três.

O gato seguinte
usava sapato:
fez cocô procês quatro.

Quem não conhece
o gato Jacinto:
fez cocô procês cinco.

Do gato azarado
chegou a vez:
fez cocô procês seis.

Ah, que beleza!
É o gato coquete:
fez cocô procês sete.

Bom dia! Banoite!
E o gato maroto:
fez cocô procês oito.

E o gato zebrado
também resolve:
fez cocô procês nove.

Viche! Vem chegando
O gato Raimundo:
Traz cocô pra todo mundo.

Os três macacos

Os três macacos chegaram
E estão na sala sentados.

O primiero macaco não vê
E tem um motivo, é cego.

O segundo macaco não escuta,
Não escuta, pois nasceu surdo.

Se quer ouvir o terceiro,
Desista, porque ele é mudo.

Na sala, estão que nem você,
Que não fala, não ouve e não vê.

A Semana Inteira

A segunda foi à feira,
Precisava de feijão;
A terça foi à feira,
Pra comprar um pimentão;
A quarta foi à feira,
Pra buscar quiabo e pão;
A quinta foi à feira,
Pois gostava de agrião;
A sexta foi à feira,
Tem banana? Tem mamão?

Sábado não tem feira
E domingo também não.

Seu Lobo

Seu lobo, por que esses olhos tão grandes?
Pra te ver, Chapeuzinho.

Seu lobo, pra que essas pernas tão grandes?
Pra correr atrás de ti, Chapeuzinho.

Seu lobo, por que esses braços tão fortes?
Pra te pegar, Chapeuzinho.

Seu lobo, pra que essas patas tão grandes?
Pra te apertar, Chapeuzinho.

Seu lobo, por que esses nariz tão grande?
Pra te cheirar, Chapeuzinho.

Seu lobo, por que essa boca tão grande?
Ah, deixa de ser enjoada, Chapeuzinho!~

Minha Sombra

Minha sombra
Me assombra.

Eu dou um pulo
E ela pára no ar.

Eu subo em árvore,
Ela desce escada.

Eu ando a cavalo,
Ela segue a pé.

Eu vou à festa!
Oba, vou nessa!

O Trabalho e o Lavrador

O que disse o pão ao padeiro?
Antes de pão, eu fui farinha,
Farinha que o moinho moía
Debaixo do olhar do moleiro.

O que disse a farinha ao moleiro?

Um dia fui grão de trigo
Que o lavrador ia colhendo
E empilhando no celeiro.

O que disse o grão ao lavrador?

Antes de trigo, fui semente,
Que tuas mãos semearam
Até que me fizesse em flor.
O que disse o lavrador às suas mãos?
Com vocês, lavro essa terra,
Semeio o trigo, colho o grão,
Môo a farinha e faço o pão.

E a isso tudo eu chamo trabalho.

Mãe

De patins, de bicicleta
de carro, moto, avião
nas asas da borboleta
e nos olhos do gavião
de barco, de velocípedes
a cavalo num trovão
nas cores do arco-íris
no rugido de um leão
na graça de um golfinho
e no germinar do grão
teu nome eu trago, mãe,
na palma da minha mão.

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