Por que é necessária uma educação não sexista? A educação não sexista é a proposta mais autêntica de luta pela igualdade de gênero. Podemos mostrar às nossas crianças que homens e mulheres são iguais. Podem atuar nas mesmas profissões, disputar os mesmos esportes, ganhar os mesmos salários, ter os mesmos direitos…

Talvez, o que mais conte seja a capacidade de cada sujeito para desenvolver essa ou aquela atividade, para fazer isso ou aquilo… Uma educação não sexista é uma porta aberta para o fim das desigualdades, da cultura do assédio sexual e inúmeros outros problemas que, atualmente, adoecem nossa sociedade.

Veja alguns motivos que nos fazem levantar a bandeira a favor de uma educação não sexista

1. As profissões não são masculinas ou femininas

Durante muito tempo nossa cultura reproduziu o discurso de que as mulheres se dão melhor em carreiras de humanas, de saúde e cuidado de outros, enquanto os homens se relacionam com carreiras de lógica, como a engenharia ou a matemática. Relacionar a carreira profissional ao gênero é algo reforçado em casa e na escola.

Desde que somos pequenos, através dos jogos, muitos pais e mães querem que sua filha tem um mundo cor de rosa com bonecas, princesas, casinhas e cozinhas, enquanto seu filho tenha carrinhos e jogos que se relacionam com a lógica e a força. Quando não permitimos que nossa filha brinque com carrinhos e nosso filho com bonecas, não apenas estamos fomentando uma educação sexista. Estamos sim tirando-lhes a oportunidade de desenvolver habilidades importantes que cada um desses brinquedos reforçam.

Em outras palavras, um menino que brinca de bonecas está aprendendo a ser pai, a querer mais seu filho quando um dia o tenha, a cuidar do outro e ter empatia por ele. Quando a menina brinca de carrinho, aprende vários conceitos como velocidade e força. Enfim, para propiciar uma educação não sexista, devemos mostrar a nossos filhos que todas as profissões podem ser desempenhadas por homens ou por mulheres. O que está em jogo não é o sexo, mas sim suas habilidades e capacidades para desenvolver cada uma dessas profissões.

2. Os brinquedos e jogos não tem sexo

Como dito antes, um brinquedo ou um jogo não tem sexo. Somos nós que queremos estabelecer limites sobre que tipo de jogo é para menina e qual para meninos. Até mesmo, nas lojas, podemos ver uma área azul onde se concentram toda a suposta gama de “brinquedos para meninos” e uma área rosa com toda a suposta gama de “brinquedos para meninas”.

Não. E repito: os brinquedos e os jogos não tem sexo. Meninas e meninos devem experimentar todos os papeis sociais. Ao explorar as distintas possibilidades de jogos, desenvolve suas múltiplas inteligências. A riqueza de um jogo está em incluir meninos e meninas, integrando-os. Aqui em casa permitimos à Laura brincar com carrinhos e com bonecas. Favorecemos os jogos de construção, cuja única regra seja usar a imaginação.

Como vemos, para criar sujeitos livres e capazes de contribuir para o desenvolvimento de nossa sociedade, é preciso que, desde pequenos, inculquemos nas crianças a importância de uma educação não sexista. Estamos a favor de uma educação que deixe de lado os esteriótipos de gênero e integre a todos.

3. O trabalho doméstico é de vital importância para o funcionamento da sociedade

Lugar de mulher NÃO é na cozinha. Esse estereótipo tão arraigado em nossa cultura tende a colocar a mulher como aquela que deve fazer e desempenhar as tarefas do lar. No entanto, afirmamos: A TAREFA DOMÉSTICA É DEVER DE TODOS os que vivem no lar. Isso mesmo. Somos papais montessori e sabemos a importância das atividades de vida prática para o desenvolvimento da autonomia e independência da criança.

4. A maternidade não é uma função exclusiva das mulheres

Na realidade, a maternidade não é uma obrigação das mulheres. Os homens devem assumir a paternidade ativamente, pois são sujeitos corresponsáveis pela criação e educação das crianças. Leia mais nos posts:

5. A maioria dos materiais educativos reproduzem estereótipos de gênero

Ainda que nenhum professor esteja martelando na cabeça da criança, reproduzindo estereótipos sim porque sim… Ainda que nenhum professor esteja a favor da desigualdade de gênero… infelizmente, o recurso para apresentar o conteúdo ao aluno é o material educativo. Os próprios livros didáticos reproduzem os estereótipos de gênero. Ainda que já não haja uma intenção de perpetuar essa cultura por parte dos protagonistas da educação, ela continua arraigada e se perpetua nas novas gerações.

6. A história ignora a contribuição feminina para a humanidade

Ainda sobre os livros didáticos, no que diz respeito às ciências, à literatura, à nossa história, a maioria dos nomes que contribuíram para a humanidade são homens. A contribuição feminina para a humanidade tem sido deixada de lado, como se não tivesse tido seu peso. Atualmente, algumas editoras tem se empenhado em lançar coleções de livros que enfatizam as vozes femininas. E, ainda assim, vale a crítica de que, na maioria das histórias relatadas, as mulheres estão à sombra de algum homem.

7. É necessário revisar e mudar a linguagem que exclui e inviabiliza a metade da população

Muita coisa já vem sendo feita nesse sentido. Há uma profunda crítica sobre a cultura do assédio, sobre as cantadas e as palavras pouco adequadas para se referir às mulheres. Revisar e mudar a linguagem para empoderar a metade da população é sim uma forma autêntica de lutar pela igualdade de gênero. Daí que urge uma educação não sexista.

Educação Infantil

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