Quando fiquei grávida e comecei a me interessar e a ler mais sobre temas de maternidade me dei conta do quão despreparada estava para receber minha filha. Isso é um mundo!

Tantas perguntas… e as respostas vem surgindo no dia-a-dia.

Outro dia lia uma frase muito interessante: “Ser pai ou ser mãe é a única vez que recebemos o diploma primeiro e apenas depois realizamos o curso”. É assim. Primeiro recebemos nosso filho e com ele os títulos de ‘pai’ e de ‘mãe’, mas é no cotidiano que vamos aprendendo como cuidar dele.

Temos que ter em conta um montão de informações úteis para ter o cuidado adequado com o recém-nascido, desde que coisas comprar, vacinas, hora do banho, hora de dormir… ufa! E quando já está aqui, começam as incessantes leituras sobre criação e educação. Que tipo de criação queremos para nossa filha? Que valores queremos transmitir-lhe? Como queremos educá-la?

Será que, realmente, precisamos estudar para ser mães e pais? Em um primeiro momento a resposta poderia ser um incisivo ‘não’. De fato, nós seres humanos, assim como todos os animais, de forma natural e intuitiva sabemos o que fazer para suprir as necessidades de nossos filhos. Desde o momento que nasce, que recebemos nosso bebê, desenvolvemos o potencial de ser zelosos e cuidadosos com ele.

Entretanto, muito evoluímos. A cultura atual nos convida a estar desconectados de nosso instinto materno e paterno. Isso porque, ao longo do tempo, as pessoas foram criadas em modelos de criação adaptados à tranquilidade e o conforto dos adultos, reprimindo as necessidades mais genuínas de nossos filhos.

Afinal de contas, devemos ter em conta que nós mulheres geramos o bebê durante nove meses. Por que a insistência de que, quando nascem, devem se acostumar a estar longe de sua mãe? Por que ainda tão pequeno deva chorar para aprender, se o que quer é apenas nos transmitir uma informação à sua maneira?

Quando deixamos o bebê chorar para aprender a dormir sozinho, de quem é o benefício? De nós adultos. Estamos pensando em conseguir um bem estar para nós mesmos, pois almejamos conseguir um bebê que durma toda a noite sozinho. No entanto, esse bebê chora por seu instinto mais genuíno de obter a proteção de sua mãe ou por ter fome.

Ao deixá-lo chorar até que durma, o que lhe ensinamos é que não estamos para ele sempre que necessitar. Rompemos a confiança que ele poderia ter em nós. As consequências desse tipo de conduta só se refletirão no futuro, porque, não temos dúvida de que, no presente, passados os dias, depois de chorar incessantemente, se cansará e dormirá sozinho. O sucesso da técnica é garantido. Afinal, o bebê não estaria chorando 24h até que alguém o pegasse. Uns podem chorar mais, outros menos, mas no fim se cansam.

Logo, para nós pais da atualidade, é preciso aprender a desaprender, romper os paradigmas com esse modelo de criação que perpetua a violência ao se basear em gritos, castigos, surras; que cria crianças sem empatia e compaixão que se divertem fazendo bullying com os colegas; que são desobedientes porque não aprenderam a estabelecer relações sociais baseadas no respeito mútuo.

Nesse sentido, é importante que nos preparemos para ser pais e mães. Ler muito para decidir pela melhor criação. Em nosso caso, optamos pela criação com apego, a disciplina positiva, a pedagogia Montessori. e a Educação Emocional. Acreditamos que com isso temos recursos suficientes para educar nossa filha. Ainda assim, quem nos lê, perceberá que não seguimos nenhuma dessas filosofias em sua totalidade. Acolhemos o que nos parece mais interessante tendo em conta o que queremos para a educação da nossa filha. Somos críticos a tópicos que não vemos tão claro, pois, muitas vezes, as próprias circunstâncias que nos apresentam não nos possibilita a aplicação das propostas tal como descritas. O que tentamos é adaptar o que nos parece relevante a nosso estilo de vida.

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