Compartilho com vocês, nesta publicação um texto muito interessante sobre o tornar-se grande. Para ser grande é preciso ter sido pequeno. Alguma vez alguém já terá lhe dito algo parecido. Na infância, tendemos a exigir da criança um amadurecimento que não tem. Julgamos que sejam grandes para algo e ainda pequenos para outras. No texto da psicóloga Ana Cecília Prado Sousa, lemos uma interessante reflexão sobre quando nos tornamos grandes.

Quando nos tornamos grandes verdadeiramente?

É até difícil dar um sentido completo a essa palavra “grande”, que frequentemente usamos quando as crianças fazem, dizem ou querem algo que julgamos ser de uma fase de desenvolvimento anterior.

Vejo muitos pais dizendo “você já está muito grande para brincar disso (ou assistir a esse desenho ou brincar dessa brincadeira)”.

Mas vejam só: nem nós adultos conseguimos manter 100% nossa “adultice” e falamos besteiras (numa roda de amigos, então!), gostamos de brincar e nos divertir (talvez não as mesmas brincadeiras), dançamos, erramos e gostamos de desenhos animados, super heróis e princesas (novela de adulto está cheio disso).

Sabendo que nosso desenvolvimento não é linear, que aprendemos indo e voltando, integrando uma serie de coisas, porque insistimos com as crianças de que a cada “etapa vencida” não se volta mais?

Uma observação importante: não estou falando aqui de comportamentos infantilizados, que precisam de ajuda terapêutica e que refletem sofrimentos em crescer ou lidar com algum conflito na vida.

Falo aqui da nossa negação em oportunizar brincadeiras ou em aceitar um comportamento ou fala que consideramos inadequadas para a idade da criança, que supostamente já passou por aquela “fase”.

A infância não segue um passo a passo. E crescer é tão difícil. A criança começa a ser privada do mundo lúdico e divertido. E precisamos ter cuidado para dosar o que ela, a criança, já é realmente grande para não fazer mais.

Se está tudo bem… Se a criança não pediu nada extraordinário… Se você tem possibilidade de favorecer naquele momento o acolhimento necessário… Porquê não?

Que possamos favorecer a autonomia que a criança precisa, o pensamento crítico, a expressão adequada de emoções… E compreender que, em alguns momentos, isso não vai seguir um padrão e ela vai pedir para brincar com algo ou assistir a um desenho “mais infantil” ou ter um comportamento inapropriado. E que tudo bem.

* Texto de Ana Cecília Prado Sousa, psicóloga e especialista em Neuropsicologia (@crescer_devagar)

Disciplina Positiva

Através da Disciplina Positiva aprendemos a centrar-nos em potenciar habilidades em nossos filhos para que possam ser capazes de solucionar problemas por eles mesmos. Também reconhecemos que castigos físicos e psicológicos não são recursos que favoreçam a criar crianças com autonomia, responsáveis e independentes. Saiba mais:

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