Hoje via uma sessão de fotos sobre o aleitamento materno no site G1. O Círculo Materno, um grupo de apoio ao parto, amamentação e maternagem da cidade de Poços de Caldas (MG) reuniu um grupo de mulheres que apoiam que o aleitamento materno em público deve ser encarado com naturalidade.

Capturadas pelas lentes da fotógrafa Jennifer Bueno, as imagens mostram mulheres amamentando seus filhos em um ambiente natural. A iniciativa busca chamar atenção para a importância do aleitamento materno para o desenvolvimento do bebê, mas também de a mulher poder amamentar seus filhos em locais públicos sem ser alvo de preconceito ou vergonha.

No entanto, o que chama atenção, além das imagens poéticas, é a visão de várias mulheres e homens sobre o ato de amamentar em público deixas nos comentários. Muitos deles se reduziram à discussão sobre o aleitamento materno em público: devo ou não colocar um lencinho para cobrir o seio? Eu respondo: só que não!

Escolho, então, alguns dos comentários para contra-argumentar:

Fernanda: Amamentar não tem local certo, é em qualquer lugar, porém o bom senso e respeito tem que existir, então é só colocar uma fraldinha,um paninho,p manter a privacidade da mãe, bebê (não esses meninos gigantes da matéria) e das pessoas. Não existem motivos para mimimi.

Eu amamento minha pequena a qualquer hora e independente do local onde estejamos. O aleitamento materno é a demanda e não posso esperar para chegar a um lugar escondidinho para poder amamentá-la. Atendo as necessidades da minha filha na hora.

Day Borges: Sou mãe de 2 e amamentei muito, porém não concordo em amamentar em público sem tampar, acredito que o afeto se de tampando ou não. Não precisamos expor, já ouvi comentários de homens q se sentem atraídos por mulheres grávidas imagina então vendo amamentando! Para muitos e doença, mais fantasias sexuais vai de cada um então não é doença e sim desejo! Meu esposo mesmo não aceitava de forma alguma eu me expor acho q isso vem da pessoa!!!

Amamentar em público cobrindo o seio com um paninho não é questão de pudor. A comparação da mulher ou o seio da mulher como um objeto de desejo chega a ser desrespeitoso e próprio de uma cultura machista. O seio que amamenta jamais deveria ser visto como um objeto de desejo.

Lucas Erico: quanta frescura! Pelo visto estão aprendendo com as feminazi, a inventar bandeiras, pois desde quando alguém proíbe uma mulher de amamentar seu filho?? Quer amamentar na rua, mostrando os peitos, problema seu, mas geralmente quem faz isso é pra “tentar passar imagem de super mãe”, besteira pura, pois quem é boa mãe não precisa ficar se expondo e esfregando isso na cara de ninguém!!

Nenhuma mãe amamenta seu filho em público para passar a imagem de super mãe. Eu amamento minha filha em público porque atendo uma necessidade primária sua: a fome. Se estou na rua, o único que posso fazer é procurar sentar-me em um bar ou em algum lugar onde possa, naturalmente, alimentar minha filha.

Conservador Almeida: Não existe momento mais lindo. Uma mãe alimentando seu filho. Quem sexualiza isso deve buscar tratamento urgente.

É isso aí. O aleitamento materno exclusivo é recomendável nos seis primeiros meses de vida porque é o alimento mais completo para o bebê. Esse momento é bonito e não deve ser visto como algo sensual ou sexual. É apenas uma mãe dando de comer a seu filho.

Para concluir, termino o post com o bonito texto de Eliza Sampaio, divulgado junto com as fotos do ensaio pela fotógrafa Jennifer Bueno em sua página no Facebook.

Amamentação, eis a última fronteira do corpo feminino. Eis um dos mais significativos atos de resistência da contemporaneidade, com toda a simplicidade que ele comporta. E com toda a sua complexidade. Com toda a sua beleza. Amamentar nos dias de hoje é driblar dificuldades, mitos, preconceitos. Enfrentar a força do capital, a fala covarde da indústria. Lidar com olhares de quem não compreende a sutileza do afeto.

Porém, quando amamentamos, conseguimos tornar tangível, através do leite que jorra, o amor na sua forma pura. A troca de olhares, as pequenas mãos que acariciam como gratidão, o ruído dos goles no silêncio das noites longas, a respiração profunda, a formação do vínculo.Nutrir a criança, não só de moléculas, é traduzir a satisfação plena que a maternagem pode trazer a uma mulher.Estejamos unidas, como uma forte rede, apoiando-nos umas nas outras. Os benefícios são incontáveis. Nossos filhos agradecem. Nós agradecemos e honramos o sagrado.
Eliza Sampaio Quinteiro

Fotos da campanha de aleitamento materno em público

Vejam as lindas fotos do ensaio:

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