Atividade de pintura

Pintar com os olhos vendados. Essa é uma excelente atividade de pintura para fazer com crianças e adultos. A proposta é inspirada nas pinturas cegas do artista Tomie Ohtake. Com uma venda nos olhos, a criança exercita o livre pintar. Toda uma experiência sensorial única e espetacular.

O que são as pinturas cegas de Tomi Ohtake?

Nos anos 1960, o artista Tomie Ohtake confrontou sua pintura com questões óticas e oftalmológicas. Seu objetivo era explorar o saber pictórico ao vedar os olhos para pintar. É sabido que há uma região no campo visual do disco óptico em que a visão entra em colapso. Trata-se do ponto cego, chamado escotoma fisiológico. O artista queria ajustar seu olhar ao ponto cego e, a partir dele, engajar-se na experiência de pintar.

Essa experiência resultou em uma série de pouco mais de trinta telas que se caracterizavam como arte abstrata. Esse pequeno movimento singular na história da arte brasileira ficou conhecido como pinturas cegas.

Material necessário

Você vai precisar de:

• Folha para pintura
• Giz de cera a óleo
• Caneta preta aquarelável

Atividade pinturas cegas

Antes de colocar a venda nos olhos, escolha o papel a ser utilizado. A folha aqui é de tamanho 15 cm x 15 cm. Ao permitir-lhe pegar o papel e perceber suas dimensões, a criança se da conta de seus limites e consegue realizar melhor o desenho.

Olhos vendados, é hora de começar a pintura às cegas. Escolhemos a canetinha aquarelável, pois seu formato pincel possibilita a realização de traços com grossuras diferentes, segundo a força e modo da pega que a pessoa fizer.

O resultado do desenho é bem interessante. Não há uma orientação. A criança desenha, faz círculos, traços, pontos… mas sem poder observar como está ficando. Quando tira a venda, ela se assombra com o resultado.

Como Laura tem 4 anos e meio, oferecemos o giz de cera a óleo. São uns gizes especiais, muito suaves e, por isso, fáceis de usar na hora de colorir.

Quando oferecemos diferentes materiais à criança, permitimos que ela brinque e explore suas possibilidades de uso e combinações.

Depois do colorido, assim ficou o seu pequeno quadro.

Mais atividades sobre pinturas cegas

Durante a exposição “Tomie Ohtake: pinturas cegas”, a Fundação Iberê disponibilizou uma série de propostas para que pais e professores possam escolher aquelas que são mais adequadas para trabalhar. Todas foram pensadas para serem realizadas após a visita à exposição.

Sabemos que nem todos tivemos a oportunidade de ir, mas isso não nos impede de realizar esse trabalho maravilhoso de artes de pinturas cegas. Nossa sugestão é recorrer às imagens das obras, imprimi-las para apresentar às crianças.

1. Pintura cega coletiva

Semelhante a nossa atividade, proponha a produção coletiva de uma obra. Pode ser individual ou coletiva, dependendo da quantidade de crianças participantes. Assim como Tomie Ohtake, elas deverão experimentar o pintar “às escuras”. Para realizar a atividade, sugere-se estender de dois a três metros de papel pardo no chão. Cada participante, individualmente, e com os olhos vendados, terá um tempo determinado para realizar uma parte do trabalho. Ou todos podem realiza-lo conjuntamente. Peça a eles que concentrem sua atenção no gesto de pintar, liberando os movimentos da mão e do braço. o resultado será surpreendente.

2. Experiência do não ver

Nas pinturas cegas, Tomie Ohtake se vale da visão bloqueada como método de trabalho. Neste caso, o exercício de vendar os olhos faz com que a ação e o gesto se tornem mais importantes do que as próprias questões estéticas. A experiência do não ver, nesse sentido, afetaria significativamente o modo de a artista relacionar-se com o ato de pintar. Sugira aos alunos que experimentem realizar diferentes atividades com os olhos vendados. Pode-se iniciar com a escuta de uma música ou com o próprio ato de escrever. Depois peça a eles que se desloquem pela sala. Comer o lanche de olhos fechados também pode ser uma experiência interessante.

3. Nomeação

Disponha cinco lâminas com pinturas cegas do artista. Nenhuma delas tem título. Peça a criança que dê um título para cada uma delas. É uma boa atividade para conversar sobre as sensações que a obra causa em cada um.