Quando uma criança não dispõe de uma determinada pessoa que cuide dela de forma PESSOAL e com quem ela se sinta segura, seu cérebro pode ser, realmente, danificado.

A privação parcial da figura de apego pode trazer consigo a angústia, uma exagerada necessidade de amor, fortes sentimentos de vingança, e em consequência, culpa e depressão.

A privação total tem efeitos ainda maiores sobre o desenvolvimento da personalidade e pode mutilar totalmente a capacidade de estabelecer relações com outras pessoas.
Vale a analogia com os processos de desenvolvimento do feto. Momento em que, todos os tecidos ainda não eram diferenciados em suas funções. Passam a ter sob a influência de agentes químicos denominados organizadores.

Assim, para que os tecidos se diferenciem e se formem adequadamente, é necessária uma exposição ao organizador adequado em determinados períodos críticos.

Da mesma forma, deve ocorrer em relação ao desenvolvimento mental. E nesse caso, o agente organizador psíquico é a MÃE.

Também existe a época exata em que esse organizador deve estar ativo. Existe provas bastante claras de que, se nos 12 primeiros meses não for estabelecida uma relação de apego com uma pessoa especifica, será muito pouco provável que se desenvolva bem posteriormente, uma vez que o caráter psíquico tornou-se fixo.

Um resumo dos profissionais das áreas médicas, educacional e assistencial, enfatiza que assim como as guerras e separações traumáticas, a ruptura dos vínculos familiares desempenha causas de distúrbios mentais: “Não resta dúvida de que um longo período sem receber atenção individual e sem um relacionamento pessoa próximo, conduz à ATROFIA MENTAL. Isso torna lento ou detém o desenvolvimento da vida emocional e, assim, INIBE o desenvolvimento intelectual normal. Observamos que traumas psíquicos agudos, por mais graves que sejam, não resultam em um dano tão profundo quanto a solidão espiritual crônica ou prolongada.”.

* Texto: Julieta Franco inspirado no livro Cuidados Maternos e Saúde Mental, de John Bowlby.

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