Quantas vezes repreendemos nossos filhos quando não querem beijar ou abraçar um desconhecido? Aceitar que nos diga um NÃO é difícil. Vivemos em uma cultura marcada pelo desrespeito à criança enquanto sujeito no mundo. Subjugamos sua capacidade de entendimento. Pensamos que não estão prontos para compreender as coisas do mundo. Daí que queremos forçá-la a fazer coisas para as quais ainda não está preparada ou, simplesmente, não deseja fazer. Deveríamos aprender a aceitar: Não é não.

Compartilhamos um texto interessante de Maria Fernanda Urritia sobre a necessidade de aprendermos a ser mais empáticos com as decisões das crianças, para melhor guiá-las.

Não é não

Não é somente a frequência exagerada com a qual utilizamos o “não” para educar nossos filhos: “não corra”, “não suba aí”, “não tem mais TV”, “não pule”, “não desça sozinho”, e um sem fim de negações.

Isso lhe parece familiar? Não estou dizendo que deixe ao livre arbítrio nem que JAMAIS possa usar o “NÃO”. Eu também trato de tirar de mim essa intoxicação de Nãos que levamos arraigados culturalmente. Há muitas publicações boas na rede com sugestões para substituis esses Nãos. Não é do que quero tratar exatamente aqui.

Respeitando os NÃOs das crianças

Do que quero tratar é dos “Nãos” dos nossos pequenos. Estamos respeitando esses nãos? Tanto que os usamos, mas, às vezes, somos pouco empáticos para aceitar um “não” vindo deles. As crianças, sobretudo aquelas que começam a descobrir que podem escolher, chegam a ter etapas onde TUDO o que repetem é NÃO. “Não quero dormir”, “Não quero tomar banho”, “Não quero escovar os dentes”. Então, para nenhum desses exemplos podemos dizer-lhes: “Ok, pode passar sua vida sem escovar os dentes/ tomar banho/ dormir”. Aí é onde precisamos desenvolver muita criatividade, engenho, empatia e humor.

Há outros momentos em que nossos  pequenos nos dizem um “Não” enfático a beijos, abraços e contato. Também pode ser o uso da fralda, a ajuda que lhe oferecemos, cumprimentar alguém, etc. É a esses “Nãos” aos que faço referência nesta publicação.

Quantas vezes pensamos que NÃO respeitar seus pontos de vista e seus “NÃOs” possa estar relacionado com sua futura submissão ou, pelo contrário, agressividade? Como lhes ensinamos a se defender contra a violência (sem usá-la de volta), a aumentar sua voz ou a “colocar um ponto” se, desde casa, não percebem esse mesmo respeito com os que eles NÃO querem fazer?

Não é não. Uma criança continua sendo uma pessoa e merece respeito. Ser seus papais não nos torna seus donos. Somos guias. Aprendamos a canalizar os “NÃOs” de nossos pequenos, a respeitar suas decisões. Ensinemo-lhe a usar um NÃO de maneira apropriada. Não para reprimir, mas sim para deter abusos ou situações que os façam sentir indefesos. Comecemos por utilizar os “NÃOs” apenas quando for necessário.

* Texto de Maria Fernanda Urritia (@funtastic.mom)

Leituras recomendadas

Depois de ler o texto compartilhado nesta publicação, recomendamos que você dê uma lida também nos posts abaixo:

Disciplina Positiva

Através da Disciplina Positiva aprendemos a centrar-nos em potenciar habilidades em nossos filhos para que possam ser capazes de solucionar problemas por eles mesmos. Também reconhecemos que castigos físicos e psicológicos não são recursos que favoreçam a criar crianças com autonomia, responsáveis e independentes. Saiba mais:

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