Temos falado muito sobre como o castigo de uma mãe a seu filhos, seja físico ou psicológico, não é o método mais eficaz de corrigir os erros. Pode funcionar a curto prazo, no momento em que o aplicamos. No entanto, a longo prazo pode trazer consequências para o desenvolvimento psicológico e cognitivo da criança.

Esta semana, uma mãe atraiu os olhares para o castigo que resolveu aplicar em seu filho, para corrigir uma conduta errada. Ela flagrou o filho usando o telefone após a hora de dormir. Claro, esse tema do telefone, tablet e computador tem tirado deixado muito pai de cabelo branco ante do tempo. É difícil administrar o uso. Logo, é preciso estabelecer normas claras para que a criança possa aprender a controlar o uso.

Voltando a história do castigo, a mãe em questão estabeleceu umas regras claras de uso e umas consequências também claras para caso o filho não as cumprisse. Ao saltar a norma, a mãe lhe aplicou o castigo, recordado em uma folha, uma espécie de contrato.

Para acabar o castigo, a criança deveria chegar à meta de 500 pontos. Para isso, uma série de tarefas domésticas que podia realizar foram definidas e a cada uma atribuída certa pontuação. O filho podia escolher quais queria fazer e quantas vezes repetir a mesma.

castigo de uma mae

Veja a tabela abaixo:

castigo de uma mae 01

castigo de uma mae 02

O que você acha desse castigo que a mãe colocou em seu filho?

Não ser a favor dos castigos físicos ou psicológicos, não significa que não tenhamos que colocar limites em nossos filhos. Ao contrário, é preciso que estabeleçamos regras bem definidas para que as crianças possam entender quando sua conduta não é adequada. Além disso, deve compreender que toda ação pode ter uma reação. Logo, uma má conduta por saltar um limite determinado, deve ter uma consequência.

Acreditamos que o melhor é o acordo prévio. Nesse sentido, muitos se lembrarão da iniciativa de uns pais de fixar o intercâmbio de moedas por tempo diante da televisão. Essa mesma proposta pode ser feita em relação aos demais dispositivos tecnológicos.

Melhor focar na solução do problema e não na aplicação de consequências

O castigo baseado em tarefas domésticas proposto por essa mãe tem muito elogiado nas redes sociais. Não julgamos sua decisão. De fato, cada pai e cada mãe sabem bem o que vivem em casa e qual a melhor forma de solucionar o problema. Apenas acreditamos que é possível estabelecer acordos e tentar que se cumpram, antes de usar essas consequências. O melhor é focar na solução do problema. Nesse sentido, ter conhecimento da Disciplina Positiva pode nos dar muitas ferramentas para conseguir administrar esse tipo de situação.

Talvez me pergunto se os elogios recebidos não se devam a serem as consequências baseadas em tarefas domésticas. Lembramos que somos a favor de que meninos e meninas possam ser colaboradores na tarefas do lar, seguindo a tabela Montessori. Se as crianças fossem integradas nas atividades do lar, tarefas domésticas não seriam vistas como consequências de um castigo, mas como uma atividade mais que auxilia no desenvolvimento da criança.

Disciplina Positiva

Através da Disciplina Positiva aprendemos a centrar-nos em potenciar habilidades em nossos filhos para que possam ser capazes de solucionar problemas por eles mesmos. Também reconhecemos que castigos físicos e psicológicos não são recursos que favoreçam a criar crianças com autonomia, responsáveis e independentes. Saiba mais:

Disciplina Positiva

3 Comentários

  1. Vanessa Regina Responder

    Minha filha tem 7 anos e tem o hábito de bater nas colegas da escola. Sinceramente não sei mais o que fazer…. conversar não adianta mais

  2. O meu filho tem 11 anos
    Quando tiro algo dele por responder ou desobedece ,ele diz que não se importa
    E quando eu digo que ele deve fazer algo pra ter o que perdeu se volta,ele diz que não vai fazer e pronto.
    Isso me deixa extremamente frustrada

    • Karina Responder

      A pré-adolescência é um momento desafiador da maternidade. Realmente, você deve se munir de paciência. Uma dica que lhe dou é sempre se colocar no lugar do seu filho. Quando você tira ou toma algo dele por responder, o menino se sente desafiado. Você gostaria que alguém tirasse de você o seu celular porque não tenha respondido o que o outro espera?

      Vamos ver, a criança não é um robô que nos da as respostas que desejamos. Muitas vezes nos frustramos porque já fazemos algo com uma expectativa. Ou seja, você espera que, para determinada situação, a criança de uma resposta que você deseja. Quando isso não ocorre, é mais fácil etiquetar a criança como desobediente ou respondona. O melhor é o diálogo, estabelecer regras claras e prévias. Por exemplo: “Antes de ver a televisão, o quarto deve estar recolhido”. Essa é uma regra. Caso a criança ligue a televisão sem recolher, apenas peça o controle, apague e relembre a regra. É normal que a criança se irrite, responda, seja grosseira. Ela deseja continuar a ver a televisão. Você deve relembre a regra e estabeleça a consequência. “Você já sabe que a televisão apenas é ligada depois do quarto estar recolhido.” Caso a criança insista em não recolher, na hora de colocar o limite, o importante é a firmeza. Ainda que seu filho chore, grite, jogue coisas longe… seja firme. Apenas tenha em conta manter sua segurança e integridade.

      Quando ele cumpra com o combinado, evite elogios. Os elogios não contribuem para que a criança mantenha uma rotina. Ele não deve fazer a tarefa para receber um elogio. Mais bem deve ser consciente de que a realiza para um bem comum.

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