Os castigos funcionam? Sim. A curto prazo podem funcionar. Tomar um whisky ajuda a conciliar o sono? Também. É bom? Não. Pois com o castigo é o mesmo. Que algo funcione não significa que seja desejável. Que algo, a curto prazo, funcione não significa que, a longo prazo, não nos produza um problema maior do que pretendemos solucionar.

Há bastantes estudos sobre as consequências negativas associadas ao emprego dos castigos, que podemos resumir nas seguintes:

Χ Gera uma série de respostas emocionais negativas em quem o recebe: medo, raiva, ansiedade…

Χ Gera um modelo negativo de conduta que, mais adiante, pode-se tender a imitar (seu filho castiga seus bonecos, irmãos ou a si mesmo? Pois isso).

Χ Interfere na qualidade da relação entre o castigador e o castigado, o qual acaba fazendo com que o castigado (habitualmente o filho) não queira ver, nem pintado, o castigador (habitualmente um dos pais).

Χ Pode-se produzir uma “substituição da resposta”, isto é, que a conduta castigada seja substituída por outra, igualmente, indesejável, com o que não avançamos muito…

Χ Às vezes, inclusive, pode produzir um incremento da resposta castigada ou uma diminuição em outras que, sim, são positivas.

castigos funcionam 01

→ Mas ATENÇÃO! Todas essas consequências não se limitam, como poderia parecer, ao emprego dos castigos físicos, mas sim de qualquer tipo de castigo, como, por exemplo, a retirada de privilégios, o clássico “pois fica sem o que for”. Esse é o tipo de castigo que mais os pais costumam utilizar. E, ainda que pareça mais razoável do que outros mais severos, também não se livram de um problema.

Os castigos não servem para educar

Ao final, o castigo se acaba limitando a fazer dano físico ou emocional à outra pessoa para que se evite a repetição do que não gostamos. Entendendo-o assim, então, além de ser ética e legalmente questionável, nem se quer é útil do ponto de vista pedagógico. Porque, ao final, o único que as crianças aprendem é como fazer o que querem sem serem descobertos para evitar esses castigos, mas não chegam a aprender os motivos que há por trás da desaprovação de seus pais, nem o modo correto de se comportar.

* Visto em Centro de Psicologia Alberto Soler. Tradução livre. Imagen: Gojko Franulic

Criação com Apego

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