Há algo de misterioso nesse desígnio.

Algo que une as mulheres de uma família e faz perpetuar a sua espécie. Faz perpetuar um tipo de amor. Um tipo de calor. Muitas vezes, um tipo de dor.

É amor que passa de ventre em ventre e que é capaz de entrelaçar esses destinos para todo o sempre.

Uma linhagem é muito mais que DNA. É mais que ciência. É energia. É sinergia.

É oportunidade de nos ligarmos ao nosso passado, aos nossos antepassados e olharmos para dentro e fora com intuito de reestruturamos todo um sistema.

É perceber que existe algo maior que ampara todas as mulheres.

Que faz crescer esses laços inseparáveis.

Que nos faz lembrar.

Que nos permite restaurar.

E nessa necessária inversão de papéis, filha/mãe, mãe/filho (a), vamos percebemos pequenas coisas que não estavam ao nosso alcance.

É o presente de ser cuidada por alguém que sabe muito mais do que maternidade. É ser cuidada por alguém que sabe o que é esse tipo de amor. O amor de mãe.

Minha mãe que me tirou tantas vezes da solidão que vivi quando nasci mãe. Que me tirou da minha incompreensão.

Cuidou do Calvin como se não houvesse cansaço, mesmo que as vezes eu sequer desse espaço. Aproveitou cada minuto para fazer diferença na vida dele.

Me ensinou.

Hoje olho e vejo que poderia ter me ajudado mais, não fosse a minha inocência, minha arrogância e pequinês, nesse mundo chamado maternidade em que se descobre ser impossível viver para dentro.

Impossível ser autossuficiente.

Em que um abraço ajuda a curar tantas coisas.

Em um mundo que nada se perde quando a gente pede.

Quando a gente pede ajuda.

* Texto: Julieta Franco (@recriar_julieta )

Ser pais

Ser pais é um espaço da nossa web que traz informações valiosas para que possamos enfrentar, da melhor forma possível, a maternidade/paternidade real.

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