Temos recebido mensagens de mães perguntando-nos sobre que escola seria a melhor para seu filho. De fato, na hora de escolher a escola, devemos ter em conta uma série de critérios. Para entender bem, compartilho um texto da psicóloga Márcia Tosin sobre como escolher a escola ideal para nossos filhos.

Como escolher a escola ideal para seu filho?

Escola Bilíngue? Montessori? Finlandesa? Waldorf? Doman? Construtivista?

Há uma tendência que começou nos EUA e se espalha para todo o mundo de academizar as escolas infantis. Aulas de música, matemática avançada e estimulação sensorial e motora, sem contar o contato com várias línguas. O convite é tentador! Que pai não deseja “aumentar” a capacidade intelectual e cognitiva de seus pequenos?
Ainda que pareça que essas escolas estejam estimulando áreas importantíssimas do desenvolvimento, pesquisas científicas nos indicam que elas não são mais adequadas. Aqui acontece um grande jogo de mercado! O que seduz os pais e oferece um alto valor não adianta nada para a primeira infância, por um motivo bem simples: o cérebro da criança não aprende nesse modelo e sim em um formato orientado para o brincar e interação lúdica com o adulto.

Uma pesquisa feita por uma Universidade, dividiu um grupo de 70 crianças em 3 grupos. Elas tinham entre 4 e 5 anos. O grupo A recebeu explicações bem estruturadas sobre figuras geométricas, o grupo B brincou livremente com essas figuras e o grupo C foi autorizado a brincar livremente e por vezes o adulto falava alguma coisa, sempre dentro da brincadeira da criança. O grupo C, após uma semana, foi o que mais lembrou de informações sobre as figuras, já as outras raramente lembravam alguma coisa.

Crianças não aprendem através de programas estruturados, pior que isso, eles criam um vínculo negativo com a escola, prejudicando toda sua trajetória acadêmica futura. Na Europa, quando criaram a “escola de gênios” para crianças pequenas, os que não tiveram possibilidade de entrar, tiveram um desempenho acadêmico superior aos que frequentaram.?

E quanto as línguas? Esqueça essa história que tem de aprender muito cedo! O cérebro aprende em qualquer idade!

Escolha uma escola que esteja preocupada com a afeição ao aprendizado, com respeito ao tempo de cada criança e com o apoio mútuo.

O que observar?

1. Proximidade de casa! Se é possível estar mais perto dos seus filhos e aumentar o tempo juntos, opte pela escola que talvez não seja dos seus sonhos, mas que diminua o tempo de trânsito e se puder deixar só meio período é melhor. Eu vi com meus olhos, muitos problemas de TDAH e de comportamento melhorarem quando a criança passou a frequentar a escola por meio período.

2. Seja leal com a escola e espere que ela seja com você. Converse sobre a sua expectativa em relação ao cantinho do pensamento, lição de casa antes dos 5 anos, flexibilidade de horários para permanência junto aos pais, cobranças em relação ao desenvolvimento pedagógico (oi?), retenções.

3. Converse sobre processo de desfralde. Escolas que usam estímulos para desfralde como “quadrinho do desfralde”, desfralde coletivo e punem a criança que não consegue não são uma boa opção.

4. Até 3 anos de idade não existe preocupação com números e letras. Se atente ao discurso “do que a criança deve saber”.

5. Opte por escolas que valorizam o movimento.

6. Os professores devem se mostrar gentis e afetuosos. Criam um ambiente seguro e estão totalmente abertos as suas perguntas.

7. A escola tem espaços para brincar em diferentes períodos do dia.

8. A criança se sente segura com a professora (professor). Se seu filho tem medo da professora, tire imediatamente da escola. Isso é um péssimo sinal.

9. As crianças têm bastante tempo para brincar ao ar livre.

10. O professor tem normas de conduta que devem ser seguidas dentro da sala de aula.

11. Você sente que o professor tem interesse que seu filho siga aprendendo no seu ritmo e no seu tempo, sem interesse de como ele não acompanha a turma.

12. Nas aulas, o professor ajuda a criança a colocar nome nas suas emoções.

13. A escola trabalha muito com contos e leituras.

14. Seu coração se sente bem nesse lugar.

* Texto da psicóloga Márcia Tosin. Instagram: @criacao_neurocompativel

Criação com Apego

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