Outro dia, uma amiga se queixava de seu sobrinho de 4 anos, pois o havia pego se masturbando. Disse-me: “Veja se pode, a essa idade e já pensando naquilo?!” E completou: “Por isso que aos 10 já estão beijando na boca e aos 12 as meninas já estão grávidas. No meu tempo se solucionava isso com umas boas chineladas.” Expliquei-lhe que sabia que a masturbação infantil é algo que ocorre nos primeiros anos de vida e não há nada de absurdo nisso.
Na realidade, esse é um tema bem interessante. Encontrei um artigo da psicóloga Valeria Razzi que compartilho com vocês sobre a masturbação infantil. Vale a pena ler e se informar.
A masturbação infantil
É normal que as crianças se masturbem?
É totalmente normal e vou lhes explicar o porquê.
A sexualidade humana está presente em todos nós desde muito pequenos. Sentir prazer com o corpo faz parte disso. A masturbação infantil se pode notar, inclusive, desde os 2 anos e se faz mais notável a partir dos 3 e até os 5.
Nessas idades, as crianças estão em plena exploração de seu corpo e sentem prazer ao tocar suas genitais. Eles não dão a estes ato uma conotação sexual que nós adultos atribuímos, porque, a tão curta idade, não desenvolveram o pudor. Para eles, é como se sentissem o mesmo prazer que o momento em que brincam.
Sempre há que estar atentos se essa conduta se repete com muita frequência, se lhes impede socializar-se com outros, se gera uma irritação em suas genitais ou se isolam de outras atividades prazeirosas totalmente. Nesses casos, é necessário acudir a um especialista.
De resto, o que os pais podem fazer?
→ Sabendo que essa é uma conduta esperada e transitória, tome a situação com naturalidade. Evite as broncas e os gritos porque a criança crescerá pensando que tudo o relacionado com a sexualidade é ruim, proibido e, às vezes, a assusta.
→ Conversar com ele sobre a importância de fazer isso em privado, porque ninguém pode ver suas genitais nem ele às de outras pessoas.
→ Se a vemos, podemos distrai-la com outra coisa de forma natural. Por exemplo: “meu amor, vamos pintar”, “vamos fazer algo na cozinha?”.
Essas condutas deixarão de ser públicas e se reduzirão quando a criança comece a se integrar com outras crianças e comece a se socializar mais. Assim, ela vai perdendo o foco em seu próprio corpo. A masturbação volta a parecer na puberdade, mas na privacidade.
* Texto de Valeria Razzi, psicóloga. IG @nubepsicologica
Disciplina Positiva
Através da Disciplina Positiva aprendemos a centrar-nos em potenciar habilidades em nossos filhos para que possam ser capazes de solucionar problemas por eles mesmos. Também reconhecemos que castigos físicos e psicológicos não são recursos que favoreçam a criar crianças com autonomia, responsáveis e independentes. Saiba mais: