Você já ouviu falar da caixa de sons Montessori? Basicamente, a caixa dos sons é um recurso único para aprender os sons das letras no melhor estilo Montessori. Trata-se de uma caixa – como o próprio nome diz – com compartimentos onde guardamos miniaturas de objetos que imitam a realidade. Essas pequenas gavetas vem classificadas pelas letras do alfabeto e dentro colocamos as miniaturas segundo a sua letra inicial. Nesta publicação lhe mostro como fazer e usar a caixa de sons Montessori.

Antes mesmo de explicar como fazer a caixa de sons, gostaria de dar algumas dicas. A caixa de sons é útil em todas as etapas da alfabetização, em seu processo de leitura e escritura. Pode ser usada a partir dos 2 anos e meio da criança para que adquira consciência fonológica, como também a partir dos 4 para formar palavras com o alfabeto móvel Montessori.

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Como fazer uma caixa de sons Montessori?

Para fazer a caixa de sons, você precisa de uma caixa com divisórias. É importante que tenha o número exato de letras do alfabeto ou algo mais. O material fica a seu critério. Com certeza, se você é dessas que gosta de manualidades, poderá fazer algo muito bonito. A nossa caixa de sons Montessori é básica. São dessas de plástico vendidas para guardar pregos e parafusos. Você pode encontrar uma dessas, facilmente, em casas que vendem produtos para armazenagem.

Além disso, são necessárias folhas em branco, canetinhas nas cores vermelha e azul, tesoura e durex dupla face. Para que? Para fazer o alfabeto. Se você olhar bem, nós optamos por colocar apenas as letras que tem som. Por exemplo, excluímos a “h” de nossa caixa de sons. Lembre-se de que estamos trabalhando o alfabeto fonético, portanto, para uma criança de 2 anos, considero que não é necessário. Como nossa caixa tem gavetas sobrando, em um futuro, já acrescentaremos. Também exclui as letras “k”, “y” e “w”, posto que será difícil encontrar miniaturas que tenham essas iniciais.

E, por fim, e muuuuuito importante: as miniaturas! Esse é um trabalho que pode tomar muito tempo ou não. Nós optamos por comprar alguns pacotes de objetos em miniaturas porque custavam muito barato. Consegui nessas lojas de produtos chineses. Mas também acrescentamos outros que fomos encontrando pela casa.

Como vamos usar a caixa a partir dos 2 anos da Laura, é muito importante que eu mesma faça a busca pelos objetos, já que se trata de peças em miniatura. Se seu filho tiver mais de 4 anos, ele pode ser cúmplice dessa deliciosa aventura de achar os pequenos tesouros.

Ah, antes que me esqueça, também é importante que use as gavetas que sobram para guardar as fichas de sons que terá feito e plastificado. Nós apenas começamos a usar a caixa de sons Montessori, então ainda não tenho as fichas. Mas, em breve, disponibilizo alguns modelos para que vocês também possam fazer.

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Como usar a caixa de sons Montessori?

Tudo está pronto. Então? Como usá-la? Esse recurso está inspirado em Montessori, portanto é preciso que tenhamos em conta seus princípios para transformá-lo em uma atividade montessoriana.

Dito isso, vejamos algumas formas de aplicar a caixa de sons Montessori para que a criança aprenda o alfabeto fonético.

1. Um som inicial e um objeto cada vez. Desde os 2,5 anos

Precisamos conseguir vários objetos que nosso filho conheça e coloca-los sobre a mesa diante dele. É conveniente evitar sons que comecem por sons parecidos (como p e b). Peque um dos objetos e, enquanto lhe mostra, diga seu nome. Por exemplo, “lápiz”. Dizemos “vejo uma coisinha que começa como a letrinha /l/” e a criança dirá “lápiz”. Vamos mudando os objetos. Brincaremos este jogo até que tenha interiorizado as normas e possamos passar à seguinte fase.

2. Um som inicial e escolher entre dois ou mais objetos . Desde os 2 – 3 anos

Pegamos dois objetos com sons iniciais diferentes, como por exemplo, um rato e um gato. “Vejo uma coisinha que começa com a letrinha /r/”. A criança dirá rato ou dirá gato. Só pode identificar um objeto como resposta correta. Se fala a palavra incorreta, podemos dizer algo como “rrrr” de “rrrato”. Em nenhum momento diremos nada como “está mal” ou “você errou”. O erro deve se ver como algo positivo, como a oportunidade para melhorar. Progressivamente, introduziremos mais objetos e sons iniciais que se pareçam entre si.

3. Um som inicial e uma parte (ou todo) o quarto. Desde os 3 – 3,5 anos

Escolhemos uma área da casa, a cozinha, o balcão ou, inclusive, nosso carro se estamos viajando. “Vejo uma coisinha que começa pela letrinha /v/. E poderá dizer “volante”. O jogo não trata de que adivinhe a palavra que temos na cabeça, mas sim de que descubra um ou vários objetos que comecem por esse som. Quando encontrar o(s) objeto(s), podemos mudar o som antes de que se entedie. Também podemos fazer turnos. Nesse momento é uma boa oportunidade para introduzir as letras de lixa.

4. O som inicial e o som final das palavras utilizadas nos níveis anteriores. Desde os 3,5-4 anos

Pode-se brincar com a caixa de sons ou tal como no tópico 3. Desta vez se buscam palavras que comecem e terminem com um som determinado “Vejo uma coisinha que começa com a letrinha /l/ e termina com a letrinha /z/. Se disser lâmpada, no lugar de lápiz, lembramos que lâmpada começa por /l/, mas que está buscando outro objeto que termina com a letra /z/. Quando tiver interiorizado este jogo, é possível fazer turnos também.

5. Todos os sons da palavra utilizada no tópico 4 e, logo, com vários objetos e palavras. Desde os 4 – 5 anos

O objetivo deste nível é enlaçar todos os sons de uma palavra, uma vez que a criança possa encontrar uma palavra que comece e termine com um som determinado. Por exemplo, gato, se escutam, lentamente, os sons de cada palavra g a t o. Quando domine este nível, é o momento de introduzir o alfabeto móvel.

6. Escolher um som e encontrar palavras que tenham esse som em seu princípio ou final, ou bem em algum lugar intermediário. Desde os 4,5 – 6 anos.

Nesta fase, animamos nosso filho a brincar com os sons. Por exemplo, buscar:

  • palavras que comecem por s
  • palavras que tenham a s
  • palavras que acabem em s

Tenha em conta que as idades de cada nível descrito acima são puramente orientativas. Siga a criança! Importante é ter cuidado em isolar o fonema, já que o que se aprende é a consciência fonológica, ou seja, os fonemas que compõem as palavras. Não há uma preocupação de que nossos filhos escrevam mais cedo do que outros. A intenção é de que se deem conta dos sons que formam as palavras. Isso ajudará muito quando chegue o momento real de aprender a ler e escrever.

Nossas miniaturas da caixa de sons Montessori

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3 Comentários

  1. Gostei!!! Tenho uma turma de Maternal e estou inciando a consciência fonológica das vogais… esta é uma ótima dica!!!

  2. Angela Silva de Lima Responder

    Ótimo conteúdo, obrigada por tanta orientação! Estou montando a caixa fonética do meu filho e o Google me trouxe até aqui. Apenas uma ressalva: lápis termina com S, e não com Z.

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